quinta-feira, junho 26, 2008

Das aulas

Ironia do destino. Não foi pela filosofia que perdi o medo de dar aulas. Muito pelo contrário. Eu me refugiei na computação não só pelo gosto de programar, mas por ter contado a mim mesmo enfaticamente a mentira de que padecia de fobia social. Pior, acreditei nessa mentira por muitos anos. E como a filosofia não me dava outra alternativa de sustento, corri atrás da computação, fugindo sempre do enfrentamento público. Mas agora eu sei, eu não tenho fobia social alguma, eu só tenho timidez, talvez um pouco acentuada, mas nada grave, nada que atrapalhe a boa execução de uma aula. E, como eu disse, foi a computação que me desmentiu, descortinou-me a verdade. Ela me empurrou para uma turma de 16 alunos e ali, durante dez dias, 4 horas por dia, eu tive de falar e ensinar. E eu ensinei e falei. Sem nervosismo, sem taquicardia, sem nada aterrador que me vinha à mente quando eu imaginava essa situação nos tempos em que ainda filosofava na graduação, mestrado ou doutorado. Agora que conheço a verdade, quero mais do que nunca dar aulas, de filosofia, pois filosofia, para ensinar, é mais divertido que computação. Muito mais.   

Um comentário:

Maria Helena disse...

AGORA SIM: QUE ORGULHO DE VC! :)
Um dia eu quero poder dizer igualzinho.