sábado, outubro 28, 2006

Superfantástico

Superfantástico amigo!
Que bom estar contigo
No nosso balão!
Vamos voar novamente
Cantar alegremente
Mais uma canção

Tantas crianças já sabem
Que todas elas cabem
No nosso balão
Até quem tem mais idade
Mas tem felicidade
No seu coração

Sou feliz, por isso estou aqui
Também quero viajar nesse balão!!

Superfantástico!
No balão mágico,
O mundo fica bem mais divertido!!

Superfantásticamente!
As músicas são asas da imaginação
É como a flor e a semente
Cantar que faz a gente
Viver a emoção

Vamos fazer a cidade
Virar felicidade
Com a nossa canção

Vamos fazer essa gente
Voar alegremente
No nosso balão!

Sou feliz, por isso estou aqui
Também quero viajar nesse balão!!

Superfantástico!


Lembro da minha emoção ao entrar no estádio para ver a turma do balão mágico. Eu, então, com 7 ou 8 anos. Emoção sim, taquicardia, pernas trêmulas, olhar compenetrado e sonhos infantis de um encontro que nunca aconteceu. Eu estava apaixonado e não era pela Symony. Sempre achei ela sem graça, patricinha, esnobe. Eu gostava era da Luciana, com seus cabelos cor de mel, meiga e doce. Poucos se lembram dela. Sua participação era míngua e eu sofria muito com isso. Aliás, hoje ela consegue ser mais anônima do que eu no Google. Incrível. Podem pesquisar, Luciana Benelli, três ou quatro entradas no máximo. Mas era dela que eu gostava e são delas os movimentos sobre o palco que me lembro agora ao escutar Superfantástico.

domingo, outubro 15, 2006

Vizinha

A minha vizinha trocou de roupa. Ontem ela vestia um gordinho simpático, porém ciumento. Era visível pelo modo como a agarrava quando nos encontrávamos no elevador. Ele tinha um carro branco. Hoje ela veste um lutador de jiu jitsu, magro, másculo, óculos escuros, sabe, desses com cara de pegador. Carro preto e esportista. Eu levei um susto quando, ao sair para o trabalho, topei com a leve notável mudança. Ela era tão apaixonada, sempre roçando o gordinho...havia, ainda há, uma placa na sua porta: "aqui mora uma família feliz". Uma família cambiante, é verdade.

A vida é um amontoado de flashes. Deus parece que se esqueceu de contratar alguém para juntar essas fotos esparsas em um filme com movimento. Ou ele existe, mas passa numa velocidade muito rápida ou muito devagar para percebermos.

sábado, outubro 14, 2006

Bred


Pertencia ao meu irmão, mas era mais amado pelo meu pai. Sim, ele morreu, já faz algumas semanas. Gosto de lembrar da sua alegria em brincar de pega-pega ou do modo faceiro com que ele vinha pedir um pão de queijo. Por essa iguaria, ele sorria. Triste cão. Teve uma vida solitária como a de todos da minha família. E ontem eu me debulhava em lágrimas no cinema assistindo Valentin, vendo uma criança dando tanto amor, quando não lhe davam nenhum. E hoje fiquei pensando em quão distantes estão as pessoas que eu mais gostaria de abraçar. Venha, venha Bred lamber meu rosto!

sábado, outubro 07, 2006

Coincidências

Uma coincidência é uma coincidência. Duas coincidências são duas coincidências. Mas três ou mais coincidências não são três ou mais coincidências; são um sinal do destino, ao menos na perspectiva do esperançoso. É quando o mundo deixa de ser, aos seus olhos, apenas mundo e passa a ser também vida vivida. Mas sem esperança, infinitas coincidências serão sempre infinitas coincidências e o mundo, sem sinais e magia, se enche de vidas mortas, de eus que se esbarram mecanicamente sem qualquer propósito.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Trampolim

Eu gosto deste, escrevi para uma pessoa que amei muito, anos atrás.

O beijo trampolim

Amar também é beijar
Um beijo sem fim
Um beijo que não quer terminar
Um beijo trampolim

Saltita daqui
Saltita dali
Vai pulando o beijo
De beijo em beijo

Um nasce do outro
Um pede o outro
Num desejo transfim
Eis o beijo trampolim!

Gosto dele por me fazer lembrar da alegria transbordante de um amor genuíno. Por me fazer pensar também em quão especial deve ser uma pessoa para que ela mereça o meu amor. É verdade, posso não escolher quem eu amo, mas posso escolher a quem dou o meu amor. E eu só vou dá-lo novamente a uma pessoa que, como na época em que escrevi esse poema, me faça sentir pleno. Menos que isso eu dispenso.