terça-feira, abril 10, 2007
Amada
Não seja tímida. Vim de longe para me entregar completamente a ti, para sentir teu sopro gélido sobre a minha nuca. Acorde, já é hora de despertar! Mostre-me do que és capaz. Não suporto mais te ver assim tão aprisionada, temerosa, refém das ações humanas, quando és capaz de sobrepujá-las todas. Solte teu bafo esbranquiçado enquanto inspiro, deixe-me levar-te aos meus pulmões! Tenho um sangue demasiado latino que tu precisas arrefecer. Há semanas que sonho com o teu abraço cristal. Ouso dizer que sou o primeiro a te amar verdadeiramente. Todos aqueles a quem deste a luz se protegem com grossas mantas quando tu te aproximas. Covardes, se refugiam. Não te sentem, não te encaram. Negam a própria mãe. Ainda bem que não nasci de ti. Estou livre para amá-la sem complexos. Diferente dos teus filhos, saio correndo de braços abertos ao teu encontro sempre que tu te mostras. Não fosse o olhar impuro dos homens e o seu poder insano, iria nú te receber. Deixaria que me tocasses por completo. Ah, Curitiba minha, tu és a gaia que eu, investido de eros, vim fecundar. Acorde, já é hora de me receberes.
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3 comentários:
Lindo isto, menino...
Não tome por completo minha Curitiba, por favor.
Curitiba. É seu lar?
Agora é. Escolhida. Já tive outros, Brasília, Belo Horizonte e ES, onde nasci.
E você, na primeira ali que citei? Estivemos próximos, então? Pior que naquela época já te lia, mas não tinha me dado conta do fato.
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