sábado, novembro 18, 2006

Safe

Fui dormir com a última cena de Safe (direção de Todd Haynes, para quem se interessar) no peito, engasgando uma angústia na garganta. Buscando desesperadamente sobreviver, ela se olha no espelho e repete várias vezes: "eu me amo, eu me amo, eu me amo...". Neste momento, ela já tinha perdido a compreensão das suas amigas, do seu marido e de todos que estavam a sua volta. Só, completamente só, fechada hermeticamente em um iglu espartano no meio de um deserto. Ali a verdade revelou-se nua e crua: uma pessoa precisa existencialmente do amor próprio quando não recebe nenhum de fora. A luta pela sobrevivência é desesperada, humilhante.

2 comentários:

Patr�cia disse...

Será que é possível ter amor próprio quando não se tem nenhum de fora?

Eros disse...

Boa pergunta e não sei a resposta. Espero não ter que vir a saber.