domingo, maio 14, 2006
Surpreso
Uma imagem sem imagem. Não a via, para dizer a verdade, mas podia sentir seus dedos e seu olhar curioso sobre o que há de mais etéreo e verdadeiro sobre mim. Eu lhe respondia com sorrisos que ela também não podia ver, embora estivesse em posição vantajosa. Quando nos despedimos, fui embora ainda surpreso, sem encontrar uma razão para aquelas pupilas tão penetrantes. O que ela teria visto e como o teria visto? De qual ângulo me percebe? Senti-me como um quadro mais belo do que seria capaz de pintar.
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