quinta-feira, janeiro 22, 2009
De um dos medos
O medo de perder, de sentir saudades, de saber que certas coisas boas presentemente sentidas jamais o serão novamente em tempos futuros. Não qualquer coisa, é óbvio. Posso tomar com avidez um suco de limão sabendo que será o último. A saudade de um gosto não é forte o suficiente para me fazer temê-la. Posso passar sem este gosto em minhas experiências futuras, posso resistir a sua ausência. Mas há outras coisas cujo mero pensamento da ausência me faz fraquejar. Não quero, do fundo do meu sentir, passar sem elas. Por que? Por serem muito prazerosas? Mas também poderia passar sem algo muito gostoso. Sofreria um pouco se comesse agora uma pizza sabendo que seria a última. Sofreria, mas não temeria. O fato de ter outras coisas gostosas ao meu dispor, algumas até bem similares à pizza, acalmam o meu desejo, restringem o sofrimento pela ausência da pizza. Aquelas coisas, então, cujo mero pensamento da ausência me faz tremer devem não primordialmente propriciar-me um grande prazer, embora muitas o façam, mas sim serem tão únicas que nada no mundo faria diminuir o incômodo pela sua ausência. São tão únicas, tão insubstituíveis, tão dessemelhantes a todo o resto que pensar-me para sempre sem elas me angustia, me tira o chão onde piso. Perder uma dessas coisas é como perder um mundo. Quando uma dessas coisas não é uma coisa, mas uma pessoa, e uma pessoa amada, então não há palavras para descrever tudo o que se perde e o medo de perdê-la transfigura o rosto só de pensá-lo. E cedo ou tarde a morte nos obrigará a enfrentá-lo.
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3 comentários:
Vou te apresentar uma stripper amiga minha e esse seu medo vai desaparecer. Acredite, não sou só eu que tenho estes peitinhos
Pode começar me mostrando uma fotinha. ;)
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