quarta-feira, junho 18, 2008

Do azar

Qual a probabilidade de cair um raio na minha cabeça? Quase a mesma de ganhar na mega-sena, correto? Errado. Hoje a probabilidade de cair um raio na minha cabeça deve ser de 1 em 500000, ou até menos, quem sabe, 1 em 10000. Desculpem-me pelo sarcasmo, mas é impossível não ter agora diante do mundo e com o mundo, seja lá o que isso for, uma reação de revolta e indignação, mesmo sabendo que isso não faz sentido. E o que nessa vida faz sentido? Como se já não bastasse meu irmão ter quase morrido ao cair ou pular do quarto andar, depois de ter passado três semanas em coma, agora que ele começa a se recuperar, a falar, ainda que meio embolado, minha mãe que estava cuidando dele integralmente é atropelada. Urucubaca familiar? Tenho medo de ser estraçalhado pelo trem que passa aqui nas imediações da minha rua amanhã ou depois. Eu não preciso, como o Kyle do South Park, desenvolver aos 8 anos de idade uma hemorróida para duvidar da existência divina, nem ser submetido aos piores infortúnios, como o Cândido de Voltaire, para concluir que não vivemos no melhor dos mundos possíveis; o ateísmo/agnosticismo eu abraço com ou sem desgraças, mas é impossível diante de acumuladas desgraças não se sentir irracionalmente irritado com o mundo. O mundo é como ele é, sim, indiferente a mim, eu sei, mas ele é uma bosta, enfim, eu, agora, neste instante, não consigo ser indiferente a ele.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu Deus! :O

Fernanda