terça-feira, maio 06, 2008

Concurso

Dois meses atrás recebi um e-mail do meu ex-orientador-substituto (sim, não foi possível terminar o doutorado com o "original") me convidando a participar de um concurso para professor na UFMG. Confesso que titubeei, pela UFMG apenas, é verdade. Nunca escondi minha opinião arrogante (ou não) de que a UFPR está alguns anos luz atrás da UFMG. Só que Belo Horizonte é quente demais para mim, tem uma feiúra desorganizada que fere meu senso estético libriano e poluída e morrada a ponto de me proibir caminhadas decentes sem precisar fazer uma viagem quilométrica até encontrar um lugar apropriado. Enfim, inviável. Tem um pró só que me faz falta: seu povo. Nas minhas idealizações, a cidade perfeita seria Curitiba com o frio que diziam fazer no passado e habitada por mineiros. Só pelo seu povo titubeei então com o tal concurso. Mas aí conheci uma pessoa muito especial, a qual, diga-se de passagem, não é curitibana, e a tentação dissipou-se na mesma velocidade com que ela me encantou. Na verdade, nem lembrava ou pensava mais no tal concurso, estava e estou em outra. Lamento, Belo Horizonte, você já me deu tudo o que tinha de me dar.

Eis que hoje recebo um e-mail de um professor daqui falando de um concurso para professor na UFPR. Certo que irei concorrer. Só estou titubeando quanto a direcionar toda a minha atenção para ele nos próximos meses ou mantê-la dividida entre o concurso e a computação. Decisões, decisões. Por mais pesadas e difíceis que sejam, eu as amo. Sinto-me vivo quando tenho de decidir. Ao mesmo tempo, oscilar o pêndulo novamente para a filosofia me faz sentir meio sanfona. Alguns ainda apontarão acusadores e dirão: você é indeciso e não sabe o que quer. Discordo. Sei sim. É que eu não quero uma coisa só, mas várias. Embora eu seja completamente monogâmico no relacionamento, sou promíscuo na minha relação com o saber. Um só não basta, careço de vários. Pronto, confessei. E ainda não decidi o que fazer!

6 comentários:

Marcely Costa disse...

simples, é só pensar assim: pra quem você daria uma bala: pra um programador ou um professor de filosofia?
quem é mais bonito: programador ou professor de filosofia?
quem é mais legal: programador ou professor de filosofia?
e, se você fosse mulher, quem você deixaria de um dia pro outro: um programador ou um professor de filosofia? ;D

Brincadeira u.u

Unknown disse...

É mesmo um paraíso da tortura ter muitas opções.

um tal de... disse...

Apesar de apenas conhecer teus textos e o blog, lamento muito que não tenha tentado o concurso para professor aqui na UFMG. Tenho a impressão que o departamento teria muito a ganhar. Em todo caso, reconheço que as justificativas quanto à cidade são válidas. O que não anula de forma alguma o sentimento inicial de que seria bom tê-lo por aqui.

Patr�cia disse...

Gosto de Belo Horizonte, bebe-se cerveja barata por lá. Ainda vou conhecer Curitiba direito um dia.
Eu gosto dessa promiscuidade de saber, viu.

Maria Helena disse...

Não pense, não planeje, não saiba, apenas FAÇA! Hahahahahaha...

Meu amigo querido, vc encontrou raízes! Que alegria continuar onde vc escolheu viver!

Anônimo disse...
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