segunda-feira, dezembro 28, 2009

Transcendência? Onde? Eu quero é paz!

Como não creio em felicidade transcendente, nirvana e coisas do tipo, a "felicidade" que almejo se resume em tranqüilidade, paz, ausência de tormenta, dor e sofrimento. Qualquer coisa além disso é brinde. É pouco? É medíocre querer apenas isso? Depende. Acho difícil comparar, nem é coisa tão fácil de se encontrar. Muitos pensam na experiência de paz como simplesmente ausência de sentir, uma espécie de morte em vida e, na pior das hipóteses, como um estado de tédio e apatia. Se estou a usar a palavra certa ou não, pouco importa, o fato é que nada disso está mais distante do que entendo pela experiência de paz. Ela infunde, tranqüiliza, põe-me no melhor contado/entendimento/compreensão que poderia ter de mim mesmo e do lugar que ocupo neste universo. Ela não é apática, põe-me sim em movimento, direciona-me contemplativamente a todas as coisas. E sim, ela tem o seu colorido próprio, uma sensação toda particular.

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Confusas sujeiras natalinas

Não vim dizer nada de importante, apenas resolvi espantar um pouco da poeria que se acumulou por aqui. Um pano só não será suficiente para limpar tudo. Mas, pensando bem, que há de tão mal em um pouco de sujeira? Quem tem mania de limpeza é a minha mãe e a Marcely, eu não tenho nada com isso. Até cultivo uma certa estética da bagunça organizada. Pedaços de papel velho aqui e ali, a lata de cerveja vazia fedendo a mijo bem do lado do meu Jaspers, restos de comida sobre o teclado, manchas de café, enfim, é o carimbo da minha vida diária bem aqui ao meu redor, na minha mesa. É isso, não quero limpar nada, cansei de limpar, quero sujeira, bagunça, caos pacífico. Foi um ano bom, com muitas mudanças, muitas provações, muitas descobertas. Vi-me, enfim, como professor. Ainda não curto a palavra, nunca curtirei. Na verdade, eu não a quero para mim, a não ser formalmente, é claro. Eu não ensino nada. No máximo, levanto dúvidas. Brinco. Preparo aulas pensando em múltiplos caminhos a percorrer. São muitos alunos, muitas variáveis. Alguns não precisam de mim, outros precisam, outros carecem de uma mão. Estou ali, presente, não necessariamente para ajudá-los, o que já seria muito professoral, mas para que usufruam de mim, para que tirem o proveito que puderem, se é que podem. Dou-me a eles, em sala de aula. Tento, tento espicaçar ideias. Espero pelo diálogo, pela discussão. Quase me desespero quando não falam. Quero, preciso sempre levar a eles alguma coisa, alguma tormenta. Não há filosofia sem um quinhão de desespero. Sorrio por dentro quando tentam me encurralar. Sinal de que lhes causei alguma coisa. No fundo, é isso, mesmo quando ruidoso, tento produzir algum devir para eles.